Quatro dicas de automatização para PME
Publicado às 25 de novembro de 2022 em Flexible Manufacturing
Os líderes empresariais de todo o mundo enfrentam atualmente desafios concetivos: além da explosão de custos causada pela crise energética, existem problemas da cadeia de fornecimento, escassez de trabalhadores qualificados, requisitos de sustentabilidade e dificuldades no fomento da digitalização. Em particular, as pequenas e médias empresas (PME) precisam de encontrar rapidamente formas de enfrentar esses obstáculos. A automação fornece uma solução: esta inclui robótica, na forma de cobots e AMR (robôs móveis autónomos), bem como sensores, visão e tecnologia de IA. Embora as empresas estejam bem cientes das vantagens de tais tecnologias, os estudos demonstram também que muitos continuam céticos em relação à sua aplicabilidade concreta.
Especialmente as empresas sem experiência em aplicações receiam que a utilização de robôs possa acarretar custos elevados. Por isso, caso esteja, neste momento, a pensar se a compra de um robô móvel ou colaborativo valerá a pena para a sua própria empresa, a nova calculadora do ROI da OMRON irá ajudar. Fornece uma visão geral rápida do retorno do investimento e mostra quando um investimento em robótica irá cobrir o seu próprio custo.
A automação em médias empresas está a ganhar velocidade
Existem atualmente cerca de 23,1 milhões de pequenas e médias empresas na União Europeia. São parte integrante da economia, embora existam diferenças de país para país. Na Alemanha, por exemplo, 82 por cento do valor acrescentado do país provém das PME. No Reino Unido, em 2021, existiam 5,6 milhões de empresas do setor privado, representando 99,9% das sociedades comerciais, com vários novos empresários a juntarem-se diariamente às fileiras. No conjunto da UE, o número é de cerca de 56 por cento. A importância das PME como empregadoras é também extremamente significativa: quase 84 milhões de cidadãos da UE trabalham numa PME. O problema? Em muitos locais, está a tornar-se cada vez mais difícil encontrar funcionários. Na UE, cerca de 2,9 por cento das vagas não foram preenchidas no primeiro trimestre de 2022, o que representa quase 50 por cento a mais do que no mesmo período do ano anterior. Consequentemente, as empresas veem-se obrigadas a encontrar, com urgência, novas formas de contratar e reter funcionários adequados.
As tecnologias que assumem tarefas manuais e repetitivas podem melhorar a segurança dos funcionários e a eficiência do trabalho. Outras medidas incluem iniciativas de formação, incentivos para novos colaboradores, programas para funcionários e muito mais. Os cobots são adequados para PME devido à sua flexibilidade e à sua vasta gama de aplicações. Os estudos demonstram que este segmento tem um enorme potencial: espera-se que o mercado de robôs colaborativos venha a crescer de 1,2 mil milhões de dólares em 2021 para 10,5 mil milhões de dólares em 2027. A taxa de crescimento anual composta (CAGR) prevista é de 43,4 por cento até 2027.
Qualquer pessoa que lide com este tópico pela primeira vez é confrontada com imensas perguntas e considerações. A OMRON compilou quatro aspetos fundamentais que devem ser tidos em consideração no início de projetos de automação a fim de os impulsionar, de reduzir o ceticismo e de conquistar a adesão das partes interessadas.
1. Foco em cenários de aplicação e expansão lenta
Se devem ou não investir em robótica não é a primeira pergunta que as empresas que estão a pensar em implementar automação e cobots devem fazer a si próprias. É mais importante compreender que processos é possível tornar mais eficientes e como. Tarefas com muitos pormenores que requeiram trabalho manual experiente de um especialista podem ser automatizadas, mas com enormes custos, quer de tempo, quer de recursos. Para iniciar a automação, é aconselhável começar por projetos pequenos e aumentar gradualmente, acrescentando novos fluxos de trabalho, expandindo a frota, etc. Veja-se o exemplo de uma padaria de grandes dimensões: aí, os líderes da empresa não perguntam, em primeiro lugar, de que forma pode um robô ser utilizado, mas sim como é possível transferir o pão dos fornos da linha de produção para as caixas do pão destinadas às lojas da padaria, sem intervenção humana.
2. Utilizar robôs para apoiar os funcionários
Os robôs vencem no que diz respeito a flexibilidade. Podem ser ajustados e adaptados, utilizados em frotas e muito mais. Dependendo do produto e da área de aplicação, são possíveis modificações das posições e adição de extensões para que facilmente se adaptem a outras tarefas ou a tarefas modificadas. No entanto, isso não significa que substituem os funcionários. Trata-se, sim, de uma interação bem orquestrada entre seres humanos e máquinas. As médias empresas devem começar por focar-se em tarefas individuais, e não pensar em planear aplicações demasiado complexas. A expansão de um cobot – por exemplo, com uma câmara, para incluir um sistema de processamento de imagem (tecnologia de visão da máquina) – também é possível numa fase posterior, partindo do princípio de que o parceiro de robótica escolhido tem capacidade para cobrir diversas áreas de aplicação a partir de uma única fonte e disponibilizar uma boa rede de parceiros. O foco deve ser o seguinte: de que forma pode a robótica ajudar os funcionários? Que tarefa manual pode ser confiada a um robô para que o funcionário humano possa concentrar-se em tarefas que acrescentem mais valor? Carregar e descarregar máquinas, bem como paletização e despaletização, são processos que podem ser automatizados com relativas facilidade e rapidez. Soldadura, pintura e rebarbamento são outros bons exemplos de utilização de robôs em médias empresas.
3. Conquistar a adesão dos funcionários e especializá-los
Idealmente, os robôs devem ser utilizados para realizar tarefas repetitivas que requerem precisão constante. Na interação com os robôs, o ser humano continua a ser o especialista, enquanto o robô trata dessas tarefas repetitivas e monótonas. A robótica não é uma panaceia para resolver todos os problemas, nem um substituto dos trabalhadores humanos. Essa noção deve ser incorporada em cada projeto de automação, também para afastar o medo dos funcionários. Continuam a ser necessários especialistas, por exemplo, para montar os produtos, otimizar processos e realizar tarefas de manutenção. Além disso, os funcionários devem estar cientes das possibilidades e receber formação que lhes permita tirar o máximo partido da utilização das novas tecnologias. Enquanto os robôs se encarregam da paletização, ordenação, carregamento de materiais ou controlo de qualidade, por exemplo, os funcionários podem ser mais criativos e acrescentar valor.
Para expandir as tarefas e capacidades dos robôs, é necessário equipamento de terceiros, como dispositivos de segurança ou sistemas de processamento de imagens e de inspeção. Para as PME, em particular, poder contar com um parceiro de robótica que esteja a seu lado a fim de proporcionar apoio centralizado elimina boa parte do trabalho e das preocupações: o saber-fazer em falta nas suas próprias equipas é colmatado por parceiros experientes. Num inquérito da OMRON, quase 90 por cento dos diretores de TI afirmaram que dependiam de consultores externos no que diz respeito à Indústria 4.0 e à análise de dados. Por conseguinte, as PME precisam não só de tecnologias inteligentes, mas também de fornecedores com abordagens holísticas e de integradores de sistemas experientes.
Nove em cada dez empresas desejam introduzir automação nas respetivas infraestruturas, por via de robôs, até 2030. Os robôs móveis e cobots são fáceis de implementar neste contexto. Isso faz com que estes produtos de automação sejam uma boa opção para empresas que desejam tornar os seus processos de produção mais flexíveis e eficientes. A OMRON deseja apoiar as PME na automação e disponibiliza opções de leasing que permitem manter baixos os custos de investimento iniciais. A calculadora de ROI ajuda também a avaliar, com facilidade, os investimentos em cobots e robôs móveis. Assim, as empresas de todas as dimensões podem beneficiar do potencial da automação sem terem de se preocupar com custos pouco claros ou difíceis de prever.