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Operational Excellence
Flexible Manufacturing
Operational Excellence

O que está reservado para a automação em 2024? Seis previsões da OMRON Europe

Publicado às 13 de dezembro de 2023 em Operational Excellence

A sucessão de impactos ao longo dos últimos anos anuncia uma nova era de maior risco geopolítico e económico. Isto exige que os fabricantes proporcionem resiliência e flexibilidade aos modelos de negócio e repensem as cadeias de fornecimento e as relações globais. Ao mesmo tempo, a pressão aumenta para incorporar os princípios ESG na tomada de decisões operacionais. A IA, a ciência de dados, os sistemas digitais duplos e a tecnologia de deteção, monitorização e visão serão essenciais para o desenvolvimento de soluções de automação e controlo que podem ajudar a indústria de fabrico a adaptar-se a esta nova realidade. Com base nisto, gostaria de partilhar as seis principais tendências que terão impacto e irão moldar a automação industrial a partir de 2024.

Tendência n.º 1: apoiar a produção local

A recente escassez de fornecimento expôs a fragilidade das cadeias de fornecimento globais, levando muitos fabricantes a questionar a capacidade das longas e complexas cadeias de fornecimento e da produção deslocalizada. Consequentemente, as empresas estão a relocalizar-se e a localizar as suas capacidades de fabrico, protegendo-as contra futuros impactos e reduzindo a distância para o cliente. Os fabricantes procuram implementar esta mudança de estratégia com o apoio internacional dos seus parceiros de automação. Estes pretendem obter soluções universais transferíveis, que possam ser replicadas em diferentes regiões geográficas, e uma produção padronizada para que os clientes tenham a garantia de receber o mesmo produto, independentemente do local de fabrico. Isto exige um grande investimento na inovação, uma abordagem integrada e internacional do design e uma forte rede de integradores de sistemas.

Tendência n.º 2: experiência do cliente em primeiro lugar

As crises de fornecimento também diminuíram o papel do produto e do preço na tomada de decisões de compra e reforçaram a importância da proximidade e experiência. Isto está a mudar a forma como os fabricantes se relacionam com os seus parceiros de automação. Estes já não pretendem adquirir um "sistema", mas sim uma "solução", e o serviço e a assistência são mais importantes do que nunca. Reconhecendo isto como uma tendência duradoura, nos últimos anos, a OMRON tem vindo a afastar-se de um modelo de negócio centrado no produto, em direção a uma abordagem orientada por soluções que coloca a experiência do cliente no seu centro. Acreditamos sinceramente que, se os fabricantes compreenderem de que forma a automação inteligente pode resolver os problemas com que se deparam, irão comprometer-se com esta.

Tendência n.º 3: ligar a TO e TI para otimizar custos de fabrico flexível

A mudança para um fabrico flexível, em curso há alguns anos, está a ganhar ímpeto e a evoluir enquanto conceito para permitir que os fabricantes se adaptem rapidamente, caso surja a necessidade. O fabrico HMLV atingiu novos níveis de personalização, especialmente na indústria farmacêutica, e os fluxos de trabalho flexíveis que podem alternar facilmente entre diferentes produtos são caraterísticos da produção localizada. No entanto, o principal desafio do fabrico flexível é torná-lo financeiramente viável. A OMRON acredita que ligar o mundo de TO ao mundo de TI é a chave para otimizar o custo da engenharia e prevê que, a partir de 2024, os sistemas digitais duplos sejam amplamente adotados para este objetivo. Com a tecnologia de sistemas digitais duplos, as empresas podem redefinir a produção e testar as mudanças num ambiente virtual. Isto não só reduz o tempo de desenvolvimento, como também reduz os riscos e otimiza os custos dos projetos.

Tendência n.º 4: análise de dados para obter informações e tomar decisões orientadas para a sustentabilidade

Além de utilizar a realidade virtual para otimizar os custos, os fabricantes podem contar cada vez mais com a monitorização de máquinas reais para tornar as operações de fabrico flexíveis e localizadas mais simples e sustentáveis. Os fabricantes de todos os setores procuram reduzir o consumo de matérias-primas e de energia, e consultam os respetivos fornecedores de automação para obter respostas. Numa fábrica, a aquisição e análise de dados em conjunto com sistemas de controlo de elevado desempenho podem impulsionar melhorias nesta área. Para tal, a OMRON desenvolveu o i-BELT, um serviço que utiliza os princípios da Internet das Coisas (IoT) e a análise de dados para melhorar a eficiência dos sistemas automatizados. 

Tendência n.º 5: o foco melhorado na segurança impulsiona a inspeção automatizada

Outro dos desafios que acompanha o fabrico flexível é o de manter os padrões de segurança e qualidade. Isto acontece porque, quanto mais variáveis existirem na mistura de produção, maior será o potencial de erros e problemas. Num mundo onde as marcas estão cada vez mais sujeitas a escrutínio público e as reputações podem ser destruídas rapidamente, as empresas estão a levar a segurança mais a sério do que nunca. Isto está a impulsionar o desenvolvimento de sistemas de inspeção automatizados alimentados por IA que garantem a segurança, integridade e qualidade de cada produto individual, mesmo em operações de lotes de tamanho um.

Tendência n.º 6: IA de ponta e mais além

Na vida quotidiana, a omnipotência da IA pode ser interpretada como uma ameaça. Contudo, no domínio da automação industrial, representa uma enorme e ainda pouco explorada oportunidade de melhorar continuamente o desempenho do sistema.

A OMRON aplica a IA "de ponta" na robótica, em controladores e em sistemas de visão. Utilizámo-la para identificar defeitos muito pequenos em superfícies espelhadas e para detetar congestionamentos no interior de máquinas de embalagem. O nosso alvo para a IA é o ambiente de produção, e iremos continuar a explorar e desenvolver a sua utilização nesta área.

Nos próximos anos, a transição para um novo paradigma de fabrico totalmente flexível irá dominar e indicar a direção dos desenvolvimentos da automação. Isto irá permitir que as empresas enfrentem os futuros desafios da cadeia de fornecimento enquanto respondem às exigências dos clientes. Em paralelo, iremos assistir a uma transição para um fabrico mais autónomo, que prioriza a qualidade, a segurança e a sustentabilidade. 

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  • Fernando Colás

    Fernando Colás

    CEO of OMRON's Industrial Automation Business Unit (IAB) Europe